A tomossíntese mamária, também conhecida como mamografia 3D, é uma tecnologia avançada de imagem médica que revolucionou a detecção precoce do câncer de mama.
Ao contrário da mamografia digital convencional, que captura apenas uma imagem da mama, a tomossíntese utiliza uma série de imagens em camadas finas, obtidas em movimentos contínuos da máquina, para criar uma visão tridimensional da mama.
O que é o exame de tomossíntese?
A tomossíntese, também conhecida como mamografia 3D, é uma técnica avançada de imagem da mama que proporciona imagens mais claras e detalhadas do tecido mamário em comparação com a mamografia convencional ou 2D. O procedimento é semelhante a uma mamografia padrão, e o tempo necessário para o exame é aproximadamente o mesmo.
Durante a tomossíntese, a máquina tira várias imagens de diferentes ângulos ao redor da mama. A máquina se move em um arco sobre a mama enquanto as imagens são capturadas. Em seguida, essas imagens são combinadas digitalmente para criar um modelo tridimensional da mama que pode ser examinado em fatias finas pelo radiologista. Isso permite que os médicos vejam através do tecido mamário, reduzindo o problema da sobreposição de tecidos que pode ocorrer com a mamografia 2D.
Benefícios da Tomossíntese Mamária
A tomossíntese traz uma série de benefícios significativos para a detecção do câncer de mama e a saúde das mulheres.
Detecção Mais Eficiente de Câncer de Mama em Mamas Densas
Para superar as limitações da mamografia, a tomossíntese mamária digital (DBT) foi desenvolvida para melhorar a detecção do câncer e reduzir a taxa de falsos positivos pela remoção de tecidos sobrepostos , especialmente em mulheres com mamas densas e aquelas menores de 50 anos.
Um dos principais desafios na detecção do câncer de mama é a presença de mamas densas, que podem obscurecer as lesões nas imagens mamográficas convencionais. Com a tomossíntese, essa limitação é superada, pois a visualização tridimensional proporciona uma detecção mais eficiente de cânceres em mamas densas, melhorando a sensibilidade do exame.
Redução de Falsos Positivos e Taxa de Reconvocação
A detecção precoce por mamografia de rastreamento tem contribuído para a redução da mortalidade por câncer de mama. No entanto, mamas densas na mamografia representam uma razão importante para a falha no diagnóstico precoce do câncer de mama com uma sensibilidade tão baixa quanto 30% a 48% e um aumento da incidência de intervalo ou câncer de mama avançado.
A mamografia convencional pode resultar em falsos positivos, o que significa que uma lesão suspeita é identificada, mas não se trata de câncer. Isso pode levar a exames adicionais e estresse emocional para as pacientes.
Com a tomossíntese, a taxa de falsos positivos é reduzida, proporcionando maior confiabilidade nos resultados e diminuindo a necessidade de reconvocações.
Estudos
Outra vantagem importante da tomossíntese é a sua capacidade de identificar cânceres invasivos em estágios iniciais. Esses cânceres podem ser mais difíceis de serem detectados na mamografia digital convencional, mas a visualização tridimensional da tomossíntese permite uma avaliação mais precisa, resultando em diagnósticos precoces e tratamentos mais eficazes.
Uma pesquisa realizada em pacientes com achados negativos na mamografia digital (DM), DBT suplementar mostrou detecção de câncer incremental de 1,2–2,7 por 1000 exames de triagem. Uma meta-análise recente relatou uma taxa de detecção de câncer de 1,6 por 1.000 exames de triagem após uma avaliação negativa em DM. DBT combinada com DM, ou mamografia sintetizada (SM), está rapidamente se tornando uma ferramenta de triagem de mama de rotina.
De acordo com os critérios de adequação do American College of Radiology, a DBT suplementar é recomendada para fins de triagem e diagnóstico em mulheres com tecido mamário denso devido à melhora da CDR e redução da taxa de reconvocação.
Um estudo analisou dezesseis estudos (cinco diagnósticos; onze triagens). No diagnóstico e triagem de mulheres com mamas densas , a tomossíntese com ou sem a mamografia digital aumentou a sensibilidade da detecção de câncer (84%–90%) em relação a mamografia digital (69%–86%), mas não a especificidade.
A mamografia digital apresenta sensibilidade moderada, cujas estimativas variam de 67,3% a 93,3%. Alta densidade de tecido mamário, definida como tendo mais de 50% de densidade na mamografia, categorias 3 e 4 ou categorias c e d na 4ª ou 5ª edição do BI-RADS, respectivamente [5, 6] reduz a sensibilidade da mamografia devido ao seu efeito de mascaramento , podendo aumentar os falso-positivos devido à sobreposição de parênquima denso.
Estima-se que cerca de metade de todas as mulheres que participam do rastreamento tenham mamas densas, embora a proporção difira em faixas etárias. A densidade mamária também é considerada um fator de risco independente para o câncer de mama A tomossíntese digital da mama (DBT) permite imagens pseudo-3D da mama, resultando em melhor discriminação das estruturas do tecido e visualização potencialmente melhorada do câncer.
Portanto, DBT tem o potencial de melhorar tanto a sensibilidade quanto a especificidade da imagem na triagem do câncer de mama , levando a mais cânceres detectados com menos falsos positivos (2) .
Qual a diferença do exame de mamografia para o de tomossíntese?
Comparando os resultados da tomossíntese com a mamografia digital, estudos têm demonstrado o avanço significativo da tomossíntese na detecção do câncer de mama e na redução de falsos positivos.
O Colégio Bradileiro de Radiologia protocolou que a avaliação conjunta da tomossíntese mamária e a mamografia digital ou a tomossíntese mais a mamografia sintética (obtida a partir da reconstrução das imagens adquiridas na tomossíntese), tem mostrado melhor desempenho do que a avaliação isolada das imagens de tomossíntese, além de facilitar a identificação grupamentos de calcificações e a comparação com exames mamográficos anteriores.
Estudos coortes prospectivos europeus, evidenciaram aumento significativo na taxa de detecção de câncer de mama no grupo de mulheres rastreadas com TM/MS, bem como maior valor preditivo positivo tanto das reconvocações quanto das biópsias em relação às mulheres rastreadas com a Mamografia Digital.
Entenda a diferença de imagem.
Vídeo retirado da Siemens Healthineers Brasil.
Tomossíntese como Ferramenta Complementar à Mamografia Digital
A tomossíntese tem sido amplamente reconhecida como uma ferramenta complementar à mamografia digital na detecção precoce do câncer de mama. A combinação dessas duas tecnologias resulta em uma triagem mais precisa e eficiente, proporcionando benefícios significativos para a saúde das mulheres.
Em resumo, a tomossíntese é um avanço inovador na detecção precoce do câncer de mama, permitindo uma visualização tridimensional detalhada das estruturas mamárias. Seus benefícios incluem a detecção mais eficiente de câncer em mamas densas, a redução de falsos positivos e reconvocações, bem como a identificação de cânceres invasivos em estágios iniciais.
Comparada à mamografia digital, a tomossíntese apresenta maior sensibilidade e especificidade, tornando-se uma ferramenta essencial como complemento à mamografia na prática clínica.