Nas últimas semanas uma superbactéria foi identificada no Brasil, se tornando resistente a 15 antibióticos diferentes. Ela foi encontrada em uma mulher de 86 anos, diagnosticada com uma infecção urinária no ano de 2022. Apenas 24 horas após a internação, a paciente não resistiu e faleceu.
Pesquisadores da USP estudaram a bactéria isolada na paciente e a identificaram como Klebsiella pneumoniae, também chamada de KPC. Mas será que essa descoberta é motivo para preocupação?
Neste artigo, falaremos mais a respeito desse assunto, apontando quais cuidados devem ser tomados e como identificar uma infecção por uma superbactéria. Para saber mais, continue a leitura!
O que é uma superbactéria?
Uma superbactéria nada mais é que uma bactéria comum, mas que desenvolveu resistência a diversos tipos diferentes de antibióticos. Isso faz com que ela se torne mais difícil de ser tratada com os medicamentos tradicionais.
Esse tipo de mutação é muito comum de ocorrer quando o paciente faz o uso inadequado do antibiótico, seja pelo uso excessivo, incorreto ou até mesmo pela interrupção precoce do tratamento.
A resistência criada significa que as infecções causadas por essas bactérias exigem tratamento mais complexos, com o uso de medicamentos alternativos ou combinados.
Vale destacar que as superbactérias são responsáveis por causar infecções em diversos órgãos, como trato urinário, pulmões, pele, entre outros. Além disso, elas podem se proliferar rapidamente, principalmente em ambientes hospitalares.
Como as superbactérias surgem e se espalham?
Como citamos no tópico anterior, as superbactérias surgem principalmente com o uso indevido de medicamentos antibióticos. Além disso, consumo excessivo e a automedicação também podem acelerar o surgimento desses microrganismos.
Uma vez presentes, as superbactérias podem se espalhar facilmente, especialmente em ambientes hospitalares, onde pacientes vulneráveis estão expostos. Elas podem ser transmitidas por contato direto entre pessoas, superfícies contaminadas, ou por procedimentos médicos invasivos
A resistência se espalha quando as bactérias transferem seus genes resistentes para outras bactérias, agravando o problema de saúde pública.
Quais são os sintomas de uma infecção por superbactéria?
Essa é uma questão que pode variar, já que vai depender do local onde há a infecção e o tipo da bactéria. Mas a verdade é que, normalmente, os sintomas gerais incluem: febre, calafrios, dor localizada, fadiga, inchaço, entre outras.
No caso de infecções mais graves, o paciente pode apresentar dificuldades para respirar, confusão mental e até mesmo choque séptico.
As superbactérias costumam ser mais comuns em infecções que surgem no trato urinário, pulmões, além de feridas cirúrgicas. Como essas infecções são resistentes a muitos antibióticos, os sintomas podem persistir por mais tempo e serem mais graves que as comuns.
Diagnóstico: como identificar uma infecção por superbactéria
O diagnóstico de uma infecção por superbactéria deve ser feito através de exames de laboratório. Estes testes ajudam a identificar a presença da bactéria, além de testar sua resistência aos antibióticos.
Dentre os exames laboratoriais estão: hemograma, urina, escarro e coleta de tecidos infectados. Este último é muito utilizado quando o problema ocorre em feridas. Dessa forma, o médico faz a cultura microbiológica e observa o crescimento das bactérias.
É importante ressaltar que esse é um processo importante para que os profissionais da saúde possam indicar o tratamento mais adequado para cada caso.
Tratamento de infecções por superbactéria no Brasil
É um grande desafio quando surge uma superbactéria, já que boa parte dos antibióticos convencionais não funcionam. Nesse caso, é muito comum que os médicos indiquem o uso de medicamentos mais fortes, combinados ou de última geração, já que são reservados para casos mais graves.
No Brasil, o uso de antibióticos requer prescrição médica, mas ainda é comum a automedicação, o que agrava o problema. Afinal de contas, muitas pessoas não fazem o uso de forma adequada, largando o tratamento antes do fim.
O tratamento pode envolver a hospitalização, principalmente para infecções graves, onde o paciente recebe medicação intravenosa e monitoramento intensivo. Além disso, o controle rigoroso de infecções hospitalares é muito importante para limitar a disseminação dessas bactérias resistentes.
Antibióticos: como agem e por que nem sempre funcionam contra superbactérias?
Os antibióticos são medicamentos que matam ou inibem o crescimento de bactérias. Eles atuam atacando estruturas vitais das células bacterianas, como a parede celular ou o mecanismo de replicação do DNA. No entanto, as superbactérias desenvolveram mecanismos de resistência que as tornam imunes à ação desses medicamentos.
Elas podem alterar suas estruturas-alvo, produzir enzimas que destroem os antibióticos ou expelir os medicamentos de suas células. Essa resistência pode ser adquirida por mutações genéticas ou pela transferência de genes entre bactérias. Como resultado, os tratamentos convencionais não dão os resultados esperados, sendo necessário procurar por opções mais completas.
Prevenção: como evitar infecções por superbactérias
A melhor forma de evitar uma infecção por superbactéria é a prevenção. Para isso, é preciso tomar algumas medidas, como o uso responsável de antibióticos, buscando sempre evitar a automedicação, afinal, esse tipo de medicamento só pode ser comprado com uma prescrição médica. Além disso, é necessário seguir as recomendações profissionais sobre o uso.
Em ambientes hospitalares, a higiene rigorosa das mãos, o uso adequado de equipamentos de proteção e a desinfecção constante de superfícies são essenciais para prevenir a transmissão.
Outro ponto importante é que os pacientes infectados por superbactérias devem ser isolados para evitar o contágio. Além disso, é importante educar a população sobre a importância de completar os tratamentos antibióticos prescritos, o que ajuda a reduzir o risco de surgimento de bactérias resistentes.
Considerações finais
As superbactérias podem surgir de diversas formas, principalmente com o uso errado de antibióticos. Por essa razão, é tão importante seguir todas as orientações do médico quando há uma infecção.
Além disso, evite aglomerações, principalmente em ambientes hospitalares. Caso não seja possível, procure manter a higiene, utilizando álcool em gel e máscara. A prevenção é sempre o melhor caminho.
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