Em 2023, segundo um levantamento feito pelo Ministério da Saúde, cerca de 72% dos brasileiros sofrem de algum tipo de alteração do sono, inclusive a insônia. Por isso, as pessoas têm procurado cada vez mais o auxílio dos medicamentos para dormir. Mas a grande questão é: quais são os efeitos do uso prolongado desses remédios?
Neste artigo, falaremos sobre o uso dos remédios para dormir e a relação deles com a demência. Para saber mais, continue a leitura!
Quais são os tipos de remédios para dormir?
Os remédios para dormir foram criados com o intuito de ser um benefício para pessoas com dificuldades em pegar no sono. Dentre os principais medicamentos, está o Zolpidem, com várias marcas disponíveis, como a Zopiclona e a Eszopiclona.
Há também os benzodiazepínicos , medicamentos tarja preta, como o Alprazolam, Clonazepam e Midazolam, conhecidos como Rivotril.
Alguns antipsicóticos, antidepressivos e anti-histamínicos podem ser usados para auxiliar no sono, mesmo que este não seja o objetivo principal do remédio.
Como a insônia se manifesta?
Nem todo mundo entende a insônia como um problema sério, mas a verdade é que esse é um problema que precisa ser encarado com seriedade, tanto pelos pacientes quanto pelos médicos.
É preciso entender que uma noite mal dormida pode ser prejudicial para o funcionamento do organismo, trazendo diversos problemas de saúde, além de desequilíbrio aos hormônios.
A insônia é um distúrbio que afeta milhões de pessoas no Brasil e no mundo, reduzindo sua capacidade de adormecer ou continuar o período de sono sem interrupções.
Alguns casos são agudos, quando o transtorno é passageiro, passando em poucos dias. Normalmente, eles ocorrem quando a pessoa passa por alguma mudança de hábito ou quando tem picos de ansiedade e/ou estresse.
Já os casos crônicos são aqueles em que o indivíduo tem os mesmos sintomas dos casos agudos. Entretanto, nessas situações, a recorrência é bem maior, podendo acontecer várias vezes na mesma semana.
Sintomas da insônia crônica
Para identificar uma insônia crônica, é imprescindível se atentar aos sinais, que são os seguintes:
- acordar antes do horário previsto;
- ter problemas para iniciar o sono;
- dificuldades para se manter dormindo;
- resistência para ir em compromissos;
- alterações de humor;
- hiperatividade;
- impulsividade;
- agressividade;
- perda de atenção e memória;
- fadiga;
- desmotivação;
- insatisfação com o sono;
- sonolência durante o dia.
Remédios para dormir x demência
Um estudo recente da University of Califórnia, publicado no Journal of Alzheimer’s Disease, indica que pessoas que tomam zolpidem, melatonina, hidroxizina, benzodiazepínicos, antidepressivos ou anti-histamínicos.
Ainda não é possível saber o motivo dessa relação, afinal, a demência é uma condição que apresenta muitas dúvidas.
A pesquisa durou cerca de 15 anos, utilizando 3.068 participantes. Cada um deles preencheu um formulário com perguntas sobre os medicamentos utilizados e a frequência.
Quais são os medicamentos associados à demência?
Como vimos anteriormente, a demência é uma condição ainda sem muitas respostas por parte dos médicos e pesquisadores. Entretanto, tem se falado sobre a relação do problema com os medicamentos que tratam distúrbios do sono.
Isso acontece porque alguns desses remédios podem apresentar efeitos colaterais que afetam a função cognitiva, podendo ser muito preocupantes em pessoas com predisposição ao desenvolvimento de demência.
Os remédios que podem estar associados ao risco de demência são:
Anticolinérgicos: Podem causar confusão, desorientação e outras alterações cognitivas;
Antihistamínicos: (ex. Diphenhydramine, Benadryl);
Antidepressivos tricíclicos: (ex. Amitriptilina, Nortriptilina);
Antipsicóticos mais antigos: (ex. Clorpromazina);
Benzodiazepínicos: Utilizados para ansiedade e insônia, mas podem causar sedação e confusão;
Opióides: Usados para dor, mas podem causar efeitos sedativos e confusos;
Medicamentos para pressão arterial: Alguns podem causar confusão ou alterações na cognição, especialmente em doses elevadas ou em combinação com outros medicamentos.
Vale destacar que, qualquer remédio que altere a função cognitiva, precisa ser monitorado por um profissional da saúde qualificando. Ele será o responsável por avaliar os benefícios e os riscos, além de ajustar o tratamento de acordo com o necessário.
Medicamentos para dormir causam dependência?
A resposta para esta pergunta é: depende. Os medicamentos conhecidos como drogas “Z”, são os mais difíceis de causarem dependência nos usuários. Isso porque são opções que têm o efeito de tolerância, abstinência e de aumento de dose, caso seja preciso para manter seus efeitos.
Esses remédios não precisam de receita quando sua dosagem é abaixo de 10 mg. Já para doses maiores, o paciente precisa apresentar uma receita azul para compra.
Os benzodiazepínicos, como o Rivotril e o Midazolam, por exemplo, são medicamentos controlados. Eles causam dependência quando são usados por um longo tempo.
Nesses casos, é preciso considerar alguns aspectos. Caso esses remédios sejam usados em conjunto com outros para o tratamento de depressão e ansiedade, podemos dizer que não é errado. O problema ocorre quando eles são tomados sozinhos, com a intenção de resolverem os problemas de sono.
Considerações finais
Embora os remédios para dormir sejam frequentemente usados para tratar distúrbios do sono, é muito importante pensar e considerar seus possíveis efeitos a médio e longo prazo. Um dos possíveis problemas é o risco de demência aumentado.
Além dessa questão, é preciso se atentar aos riscos do desenvolvimento de dependência do medicamento. Por isso, em caso de transtornos do sono, procure ajuda médica antes de decidir pelo uso de qualquer remédio.