O que cérebro humano tem de tão especial?

cérebro

Hoje, vamos conversar um pouco sobre o cérebro humano. Você sabe o que ele faz que outros cérebros de animais não fazem?

Estudiosos pesquisaram mais a respeito desse assunto e vamos explicar o que ele tem de tão especial.

Primeiramente, vamos falar sobre o seu tamanho. Se todos os cérebros são iguais, e se comparamos tamanhos diferentes e animais diferentes, os maiores deveriam ter mais neurônios do que os menores e quanto maior o cérebro maior a capacidade cognitiva.

Portanto, quanto maior mais cognitivamente capaz ele seria. Mas, aí que está o problema. Nosso cérebro não é o maior, em média, ele pesa de 1,2 kg a 1,5 kg. Perdendo para o dos elefantes, que pesa de 4 a 5 kg e o de baleia que pode chegar a 9kg.  Por isso, somos especiais porque a nossa capacidade cognitiva é grande.  

Outra característica que torna ele tão especial, é  a quantidade de energia que ele consome. Ele pesa cerca de 2% do peso total do corpo e consome 25% de toda energia usada pelo corpo, já que precisamos de 2mil calorias para manter tudo funcionando. E sabe quanto ele usa? 500 calorias!

Dessa forma, ele é muito maior do que deveria ser e usa mais energia também.

Neurônios

Você sabe quantos neurônios o cérebro humano tem e como isso se compara a outros animais?

Talvez vocês tenham ouvido falar que temos 100 bilhões de neurônios, mas nós possuímos em média, 86 bilhões de neurônios e 16 bilhões se encontram no córtex cerebral que é a sede de funções como consciência, raciocínio lógico e abstrato.

Entretanto, 16 bilhões são o máximo de neurônios de um córtex, essa é a explicação mais simples para nossa notável capacidade cognitiva.

Então, por que o cérebro consome tanta energia? Gastamos uma média de 6 calorias por bilhão de neurônios ao dia. E o custo total de energia de um cérebro é uma simples função linear do seu número de neurônios, e assim o cérebro humano consome quase tanta energia quanto deveria. Portanto, a razão de o cérebro humano consumir tanta energia é por possuir muitos neurônios, e porque somos primatas com muito mais neurônios para o nosso tamanho do que os outros animais, porém não é só porque somos primatas, que somos especiais.

E você sabe que para manter esse mecanismo funcionando e cedendo energia precisamos de uma fonte de energia. Mas qual? A alimentação.

Alimentação

Um estudo realizado com chipanzés, mostra a relação de quantidade de energia que gastamos  e o que devemos consumir para manter o cérebro ativo. Esse animal passa cerce de 8h30 min por dia comendo para manter seus neurônios.

Para nós isso é teoricamente quase impossível. Por isso, nossos ancestrais pensaram nisso há 1,5 bilhões de anos atrás, quando encontraram uma forma de armazenarmos energia através da alimentação.

E como isso? Cozinhando os alimentos!

Cozinhar nada mais é que usar o fogo para pré-digerir os alimentos fora do corpo.

Os alimentos cozidos são mais fáceis de mastigar e digerir, o que deixa mais tempo livre no dia para o nossos neurônios fazerem outras coisas ao invés de somente caçar alimentos e comê-los por horas.

Portanto, graças ao cozimento dos alimentos, ganhamos tempo para desenvolver outras áreas do cérebro. Isso explica, por que nós evoluímos rapidamente. 

Passamos da comida crua à cultura, agricultura, civilização, mercados, eletricidade, geladeiras.

Todas essas coisas que hoje nos permitem conseguir energia necessária para um dia inteiro em uma única alimentação com muitas calorias capazes de nos sustentar por um dia inteiro. 

O que antes era a solução, agora é um problema, e, ironicamente, buscamos a solução em uma melhor qualidade de vida. 

E qual a vantagem de ser um ser humano?

Nós possuímos o maior número de neurônios no córtex cerebral, sendo essa a explicação simples sobre a nossa evolução cognitiva.

E sabe o que fazemos de diferente?

Nós cozinhamos, outros animais não cozinham. Isso provavelmente, é o que nos tornou unicamente humanos!

Este artigo foi escrito com base nos estudos da neurocientista Suzana Herculano-Houzel.

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Espero que tenha gostado desse artigo, até breve.