HMPV: o que é o surto respiratório que acomete a China?

doenças respiratórias

Um novo vírus está causando um surto na China. O HMPV, também conhecido como Metapneumovírus, tem causado uma sobrecarga no sistema de saúde do país, principalmente com casos de crianças e idosos.

 

Com isso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) tem olhado com atenção às consequências desse vírus. Por isso, neste artigo, falaremos mais sobre esse tema, apontando se há ou não o risco de uma nova pandemia. Para saber mais, continue a leitura!

 

O que significa HMPV?

O HMPV é um vírus respiratório comum e que foi detectado pela primeira vez no ano de 2001. Mas é possível que diversos casos tenham acontecido antes dos primeiros casos serem divulgados.

 

É importante destacar que até os cinco anos de idade, boa parte das crianças é infectada por esse vírus. Além disso, o pico das infecções ocorre entre o fim do inverno e o início da primavera.

 

Quais são os principais sintomas?

O HMPV ou metapneumivírus humano é uma condição que causa problemas respiratórios, muito semelhantes aos sinais de um resfriado. Após alguns dias, esses sintomas tendem a desaparecer por completo. Veja alguns deles:

 

  • Tosse;
  • Coriza;
  • Congestão nasal;
  • Dor de garganta;
  • Chiado no peito.
  • Febre.

No caso de crianças, idosos e pessoas com comorbidades, a doença pode evoluir para um quadro de bronquiolite.

criança doente

Como é feito o diagnóstico do HMPV?

 

O diagnóstico do Metapneumovírus Humano (HMPV), um vírus respiratório comum que pode causar desde sintomas leves até doenças respiratórias graves, envolve uma combinação de avaliação clínica e métodos laboratoriais. O HMPV é frequentemente confundido com outros vírus respiratórios, como o vírus sincicial respiratório (VSR) e o vírus da gripe (influenza), devido à similaridade dos sintomas. Por isso, métodos específicos são necessários para confirmar a infecção.

 

Avaliação Clínica

A suspeita de infecção por HMPV é baseada nos sintomas apresentados, que incluem febre, tosse, coriza, congestão nasal e dificuldade respiratória. Em casos graves, especialmente em crianças pequenas, idosos e pessoas imunocomprometidas, pode ocorrer bronquiolite, pneumonia e insuficiência respiratória. A sazonalidade também é um indicador, já que o HMPV tende a ocorrer nos meses mais frios.

 

Métodos Laboratoriais

Os testes laboratoriais são essenciais para confirmar o diagnóstico, especialmente em casos graves ou para estudos epidemiológicos. Os métodos mais comuns incluem:

 

RT-PCR (Transcrição Reversa seguida de Reação em Cadeia da Polimerase)

Este é o método mais sensível e específico para detectar o HMPV. Ele identifica o material genético do vírus (RNA) em amostras clínicas, como swabs nasofaríngeos, aspirado nasal ou secreção brônquica.

 

Imunofluorescência Indireta e ELISA (Enzyme-Linked Immunosorbent Assay)

Esses métodos detectam a presença de antígenos do HMPV ou anticorpos específicos no sangue do paciente. Embora menos sensíveis que o RT-PCR, são úteis em alguns cenários clínicos.

 

Cultura Viral

O HMPV pode ser cultivado em laboratório utilizando linhagens de células especializadas. No entanto, esse método é mais demorado e requer infraestrutura avançada, sendo menos utilizado na prática clínica.

 

Testes Rápidos

Testes rápidos baseados em imunocromatografia estão disponíveis, mas sua sensibilidade e especificidade são inferiores ao RT-PCR.

 

Importância do Diagnóstico

O diagnóstico preciso do HMPV é importante para orientar o manejo clínico, especialmente em pacientes hospitalizados. Além disso, ajuda a evitar o uso desnecessário de antibióticos, que são ineficazes contra vírus, e contribui para o controle da disseminação viral em ambientes de saúde.

 

Como é o tratamento do metapneumovírus?

O tratamento do Metapneumovírus Humano (HMPV) é basicamente de suporte, uma vez que ainda não existem antivirais específicos aprovados para combater o vírus. Em casos leves, o manejo envolve repouso, hidratação adequada e o uso de medicamentos sintomáticos, como antipiréticos e analgésicos (paracetamol ou ibuprofeno), para aliviar febre, dor e desconforto.

 

Lavagem nasal com solução salina e descongestionantes também podem ser utilizados para melhorar a congestão nasal, especialmente em crianças. Em situações mais graves, como bronquiolite ou pneumonia, pode ser necessário suporte respiratório, incluindo oxigenoterapia para corrigir a saturação de oxigênio.

 

Vale destacar que, em casos críticos, a ventilação mecânica pode ser requerida. Pacientes pertencentes a grupos de risco, como crianças pequenas, idosos, imunocomprometidos ou aqueles com doenças crônicas, muitas vezes necessitam de hospitalização para monitoramento e cuidados intensivos.

 

Embora o HMPV seja um vírus, ele pode predispor os pacientes a infecções bacterianas secundárias, como otite média ou pneumonia bacteriana; nesses casos, o uso de antibióticos é indicado apenas quando há confirmação de coinfecção bacteriana. Além disso, medidas de higiene e isolamento de casos confirmados ajudam a prevenir a disseminação do vírus.

 

O que a OMS fala sobre a doença?

No último dia 7, a Organização Mundial da Saúde (OMS) informou que há um aumento nas infecções respiratórias na China. Mas ainda de acordo com a entidade, o número de casos está dentro do esperado para o inverno no Hesmifério Norte.

 

É preciso lembrar que em locais com climas temperados, as epidemias sazonais são comuns, incluindo as gripes e resfriados.

 

As autoridades chinesas informaram a OMS que o sistema de saúde não está sobrecarregado, atendendo uma quantidade inferior de pacientes se comparada ao ano anterior.

 

HMPV: há chances de nova pandemia?

Embora o Metapneumovírus Humano (HMPV) seja uma causa comum de infecções respiratórias em todo o mundo, as chances de ele desencadear uma nova pandemia são consideradas baixas em comparação com vírus como o SARS-CoV-2, responsável pela COVID-19.

 

O HMPV já está amplamente disseminado na população humana e a maioria das pessoas é exposta a ele durante a infância, desenvolvendo algum nível de imunidade. Embora não exista imunidade duradoura contra o vírus, o que permite reinfecções ao longo da vida, essas tendem a ser menos graves em pessoas saudáveis. No entanto, o vírus pode causar complicações severas em grupos vulneráveis, como crianças pequenas, idosos e imunocomprometidos, especialmente em surtos sazonais.

 

Para que uma pandemia ocorra, seria necessário que o vírus sofresse uma mutação significativa que aumentasse sua transmissibilidade, letalidade ou capacidade de escapar da imunidade existente, algo que não foi observado até agora.

 

Considerações finais

As pessoas têm se preocupado com o vírus HPMV, responsável por vários casos de problemas respiratórios na China. Mas a verdade é que não há motivos para pánico.

 

A vigilância epidemiológica continua importante para monitorar mudanças no comportamento do HMPV e evitar surpresas, já que fatores como densidade populacional, viagens globais e mudanças climáticas podem influenciar a dinâmica de transmissão de doenças infecciosas.

 

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