Doenças autoimunes do fígado: diagnóstico, tratamento e perspectivas futuras

doenças autoimunes do fígado

As doenças autoimunes do fígado fazem parte de um grupo de condições em que o sistema imunológico ataca as células do fígado. Esse problema traz como resultado uma inflamação que, eventualmente, causa danos ao órgão. 

 

Duas das doenças mais comuns são: a Hepatite Autoimune (HAI), Colangite Biliar Primária (PBC) e a Colangite Esclerosante Primária (CEP). 

 

Neste artigo, falaremos mais sobre esse assunto, mostrando como o diagnóstico é feito, o tratamento adequado e as perspectivas para o futuro. Para saber mais, continue a leitura!

 

Quais são as doenças autoimunes do fígado?

 

Como citamos anteriormente, as doenças autoimunes do fígado são: 

 

Hepatite Autoimune (HAI)

 

O próprio sistema imunológico do paciente ataca o fígado, fazendo com que ele inflame. 

 

Essa é uma doença grave e que apresenta o risco de piorar com o tempo caso não seja feito o tratamento adequado. Além disso, ela pode acarretar outros problemas como a cirrose e a insuficiência hepática. 

 

Embora seja uma condição rara, a HAI afeta quatro vezes mais mulheres do que homens. 

 

Colangite Biliar Primária (PBC) 

 

Já a colangite biliar primária (PBC) acontece quando há a destruição progressiva dos ductos biliares intra-hepáticos. Essa condição também tem mais incidência nas mulheres, entretanto, mais casos em homens têm surgido. 

 

O distúrbio costuma aparecer quando os pacientes chegam à meia-idade, entre os 45 e 65 anos. Vale destacar que não existe cura para a doença, embora seja possível tratar para reduzir os danos ao órgão. 

 

Colangite Esclerosante Primária (CEP)

 

A CEP é uma doença crônica que danifica de maneira lenta os dutos biliares. Nesse caso, eles ficam bloqueados por conta da inflamação, cicatrizes ou fibrose.

 

O controle da colangite consiste em realizar mudanças no estilo de vida, evitando o consumo de álcool e fumo. Além disso, manter um peso saudável e ter uma dieta balanceada é essencial. 

 

Sintomas

 

Os sinais mais comuns de que há algo errado com o fígado são:

 

  • Fadiga;
  • Apatia e falta de apetite;
  • Olhos e pele amarelados.
  • Náuseas;
  • Coceira no corpo;
  • Sangramentos espontâneos;
  • Dores musculares;
  • Diarreia e gordura nas fezes;
  • Inchaço nos membros inferiores.

 

Como é feito o diagnóstico das doenças autoimunes do fígado?

 

Para chegar ao diagnóstico adequado é preciso ter uma combinação de exames laboratoriais, de imagem e de biópsia hepática. 

 

Um dos testes é o de função hepática, que serve para analisar os níveis de enzimas no órgão e que podem ficar elevados quando há algum distúrbio. Além disso, é realizado um exame de autoanticorpos, onde é detectado se existe a presença de autoanticorpos específicos associados a doenças autoimunes do fígado.

 

Já os exames de imagem começam com uma ultrassonografia abdominal, para que o médico possa verificar a estrutura do fígado. O objetivo é detectar se existem possíveis alterações morfológicas ou sinais de uma fibrose. 

 

A estrutura do fígado deve ser verificada também com o uso de uma ressonância magnética ou tomografia computadorizada

 

Caso exista alguma dúvida com os exames, o médico pode achar necessário solicitar uma biópsia hepática. O procedimento consiste em retirar uma pequena amostra de tecido hepático para uma análise microscópica. 

 

O material é utilizado para obter informações detalhadas sobre a inflamação, fibrose ou quaisquer outras alterações que possam apresentar uma doença autoimune no órgão. 

ressonância

 

Diagnóstico clínico

É importante destacar que o diagnóstico também pode ser feito por meio de observações e critérios clínicos. Afinal, estamos falando de três doenças diferentes, mesmo sendo no mesmo órgão. 

 

O diagnóstico preciso de doenças autoimunes do fígado é imprescindível para que o paciente possa dar início ao tratamento adequado para o seu caso. Por isso, é muito importante procurar ajuda médica sempre que apresentar algum dos sintomas. 

 

Tratamento adequado para as doenças autoimunes do fígado

 

O primeiro objetivo do tratamento é controlar a resposta imunológica desregulada por conta da inflamação e do dano ao fígado. Por isso, um dos principais tratamentos para as doenças autoimunes do fígado é o uso de corticosteróides, como prednisona, para suprimir a resposta imunológica e reduzir a inflamação hepática. 

 

Além disso, são receitados também os imunossupressores para ajudar a manter a remissão e permitir que o paciente tenha uma redução no uso de corticosteróides. 

 

Nos casos de Colangite Biliar Primária (CBP) e de Colangite Esclerosante Primária (CEP), pode ser necessário o uso de ácido ursodesoxicólico (UDCA) para redução da lesão hepática e alívio dos sintomas. 

 

Em resumo, o tratamento pode ser composto por diversas terapias, de acordo com a gravidade da doença e de como cada paciente responde. Além disso, é necessário analisar o histórico e se existem outras condições de saúde pré-existentes. 

 

Monitoramento das doenças autoimunes do fígado

 

É importante manter uma monitorização e regulação dos sintomas e dos níveis de enzimas hepáticas. A ideia é entender se o tratamento tem efeito esperado e se será necessário um ajuste. 

 

Os cuidados nutricionais são muito importantes também, principalmente com a suplementação de vitaminas, como a D e o cálcio.

 

Uma equipe multidisciplinar é importante para o acompanhamento da doença. Hepatologistas e reumatologistas são especialistas fundamentais durante o tratamento. 

 

Perspectivas 

 

Com os avanços contínuos nos tratamentos imunossupressores e no monitoramento clínico, as perspectivas para as pessoas com doenças no fígado têm sido cada vez melhores.  

 

Cada vez mais, novas terapias têm sido desenvolvidas com o objetivo de controle dos sintomas e redução dos efeitos colaterais causados pelos medicamentos. 

 

É possível ter uma qualidade de vida maior com a ajuda de um tratamento multidisciplinar. 

 

Considerações finais

 

As doenças autoimunes do fígado podem trazer muitos transtornos para o dia a dia dos pacientes. Afinal, os sintomas podem ser extremamente incapacitantes. Por isso, é essencial procurar ajuda assim que os primeiros sinais surgirem. 

 

O tratamento deve ser feito por meio de medicamentos, com o objetivo de redução dos sintomas e alívio no desconforto.