A difteria é uma doença causada por um vírus chamado Corynebacterium diphtheriae, ela consiste em uma doença aguda com manifestações locais e sistêmicas.
Este ano, cerca de 8 casos foram encontrados na Suíça, a doença não era registrada há 40 anos.
Afinal, o que é a Difteria?
História da doença
Em 1765, o médico escocês Home observou em seus pacientes quadros de infecção laríngea asfixiante, causada pela formação de membranas que obstruíam a oro e nasofaringe, desencadeando tosse rouca, que foi denominada croup ou “crupe”.
Já em 1826, Bretonneau foi o primeiro a demonstrar que o crupe laríngeo e a formação de falsas membranas nas feridas cutâneas eram a mesma enfermidade, denominando-a difteritis, que em grego significa inflamação membranosa.
Em 1888, Emile Roux e Alexander Yersin descobriram que o bacilo da difteria produzia uma toxina que seria responsável pelos sintomas da doença.
O aparecimento de anticorpos contra as toxinas era capaz não só de proteger contra a infecção, como também de resultar em imunização quando transferido a animais não expostos.
Vamos entender juntos o que é, quais são os sintomas e as formas de tratamento.
O que é a Difteria?
A difteria é uma doença contagiosa causada por uma bactéria que atinge a laringe, faringe, nariz, amigdalas e até mesmo outras partes do corpo.
Ela acontece em todos os períodos do ano, mas em especial do outono e inverno, onde facilitam a disseminação das bactérias em ambientes fechados.
Algumas pessoas podem ou não apresentar sinais da doença.
Sinais e sintomas
Os sinais e sintomas mais comuns surgem geralmente após seis dias.
Entre eles temos:
- Membrana grossa e acidentada que cobrem as amigdalas;
- Dor de garganta leve;
- Glândulas inchados no pescoço;
- Dificuldade para respirar;
- Palidez;
- Mal estar;
- Febre baixa.
Para os fatores de risco podemos citar as pessoas que vivem em condições de superlotação ou insalubres. Ou até mesmo, para aqueles que viajam para uma região endêmica, já que a doença é transmitida de forma viral.
A forma de transmissão acontece através de contato com a saliva, espirros e lesões na pele. Após a contaminação, a pessoa pode contaminar ainda outras pessoas durante 2 semanas.
Portanto, o ideal é manter a isolamento quando há contato com demais indivíduos.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico para a difteria geralmente é clínico e laboratorial.
Além disso, pode ser utilizado o diagnóstico diferencial. Para cada região, alguns sinais devem ser considerados.
Quando acomete a pele é preciso observar se há impetigo (feridas), eczema (como dermatites) e úlceras.
Já no nariz, é preciso observar se há rinite estreptocócica, rinite sifilítica ou corpo estranho nasal.
Já na laringe se há crupe viral, laringite estridulosa, epiglotite aguda ou inalação de corpo estranho.
Já o diagnóstico laboratorial, é feito via coleta de material e análise.
Como é feito o tratamento para a Difteria?
O tratamento para a Difteria é feito com o soro antidiftérico (SAD), que geralmente é administrado nos hospitais.
A finalidade dessa medicação é de inativar a toxina da bactéria o mais rápido possível. O antibiótico deve ser considerado como medida auxiliar no tratamento, ajudando a interromper o avanço rápido da doença.
Vacina
A cobertura vacinal no Brasil vem caindo, segundo o Ministério da Saúde. Os números passaram a despencar, chegando em 2021 com menos de 59% da cobertura vacinal.
No ano anterior, o índice era de 67% e em 2019 de 73%. O patamar padronizado como mínimo do Ministério da Saúde é de 95%.
Isso indica que a população tem evitado se vacinar e vacinar seus filhos, contudo possuímos um plano vacinal invejável por ser tão completo.
É preciso conscientizar-se sobre a importância do uso das vacinas. Por ser uma doença erradicada há muitos anos, o controle precisa existir.
A vacina contra a Difteria existe e está disponível no calendário vacinal público para toda população.
A vacina pentavalente é indicada aos 2, 4 e 6 meses de vida. Após, são feitos dois reforços com a DTP aos 15 meses e 4 anos de idade.
Já os adultos devem tomar um reforço da Difteria a cada 10 anos.
O calendário vacinal está disponível para consulta da população para as crianças, adolescentes, adultos e idosos.
O que acontece quando não é tratada?
A difteria, quando não é tratada de maneira rápida e eficiente acaba causando algumas consequências.
Entre elas nós temos a insuficiência respiratória, problemas cardíacos, problemas neurológicos e insuficiência renal.
A difteria é uma doença grave que pode levar à morte. Portanto, é preciso identificar os sintomas e procurar por ajuda médica para que a primeira intervenção seja feita.
Situação epidemiológica
Os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que há a existência da doença prevalece até hoje, com alguns casos isolados.
A última suspeita do caso no Brasil foi em Abril deste ano. A difteria é uma doença endêmica encontrada em países da Ásia, Pacífico Sul, Oriente Médio, Europa Oriental, no Haiti e na República Dominicana.
Em 2021, cerca de 3 países notificaram casos confirmados para a Difteria. O Brasil possuía um caso confirmado; a República Domenicana com 13 casos confirmados e 10 mortes e o Haiti com 12 casos e 2 mortes.
Em Abril, no estado de Goiás foi notificado uma suspeita da doença.
Portanto, os órgãos públicos incentivam e alertam sobre a vacinação em adultos e crianças. Somente com o uso da vacina, será possível erradicar doenças como a Difteria, Coqueluche, Poliomielite, Sarampo e entre outras.
Plano vacinal
Você pode acessar o plano vacinal para as crianças, adolescentes, adultos, idosos e gestantes.
- Prematuro;
- Criança – 0 a <10 anos;
- Adolescente – 10 a 19 anos;
- Gestante;
- Adulto – 20 a 59 anos;
- Idoso – mais de 60 anos.
Não deixe de se vacinar!