Covid-19: Tromboembolismo e Vacinas


Antes de mais nada, muito tem se falado sobre o tromboembolismo, o relacionando com a vacina contra Covid-19.

No entanto, é importante salientarmos ser comum qualquer vacina, seja ela da COVID-19 ou não, causar reações leves, como:

  • dor no local da aplicação;
  • sintomas leves de febre;
  • dor de cabeça;
  • dor muscular, sobretudo as vacinas contra vírus.

Assim, um estudo de pesquisadores da Universidade de Oxford indica que o risco de ocorrer tromboembolismo venosa cerebral em pessoas com Covid-19 é consideravelmente maior do que nas que receberam vacinas com a tecnologia de RNA mensageiro.

Estes são os imunizantes da Pfizer, Moderna e Oxford/AstraZeneca, produzida no Brasil pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Sobre o Estudo de Tromboembolismo

Antecipadamente, no estudo realizado pelos pesquisadores da Universidade de Oxfor, foi levantado  o registro eletrônico de 537.913 pacientes com diagnóstico de Covid-19.

Do mesmo modo, esse levantamento aconteceu entre janeiro de 2020 e março de 2021, com a idade média de 46,2 anos.

Sob o mesmo universo, 54% eram mulheres, e o intuito era avaliar o risco de trombose venosa cerebral e trombose da veia porta em até 2 semanas depois desse diagnóstico.

Desta forma, comparando o risco desses mesmos eventos em pacientes com o vírus da gripe Influenza (392.424)  e a administração de vacina mRNA contra o Covid-19 (366,869).

Importante lembrar que a avaliação foi realizada especificamente com as vacinas da  AstraZeneca e Janssen.

Resultados observados referente ao tromboembolismo

A incidência de tromboembolismo cerebral venosa depois do Covid-19  é de 42 por milhão de pessoas, que é significativamente maior do que em pacientes com Influenza e pessoas que receberam a vacina de mRNA.

A incidência de tromboembolismo da veia porta é de 392,3 por milhão de pessoas, também significativamente maior do que pessoas com Influenza ou que receberam vacina  mRNA.

Neste sentido, a mortalidade após a trombose venosa cerebral  e a trombose de veia porta é de 17,4 e 19,9% respectivamente.

Em outras palavras, a incidência desses eventos é maior que a incidência na  população em geral dos USA onde, esses registros foram levantados (0,5 a 0,8 por milhão de pessoas).

A incidência foi maior que a pós administração da vacina Astra Zeneca ao redor de 5 por milhão e da vacina  Janssen  (0,9 por milhão reportado pelo FDA).

Análise de mortalidade causada pelo Covid-19

Foi publicada no The Lancet uma análise com foco em avaliar a mortalidade pós Covid-19 relacionado a episódios de tromboembolismo.

Para este estudo foram levantados 8.271 pacientes e as taxas obtidas foram:

  • Tromboembolismo 21%;
  • Embolismo venoso profundo 20%;
  • Embolismo pulmonar de 13%;
  • Tromboembolismo arterial 2%.

Entre pacientes em terapia intensiva a taxa de pacientes com tromboembolismo venoso pode chegar a 31%.

Neste sentido, a  chance de mortalidade é 74% maior em pacientes com  tromboembolismo em comparação com pacientes sem tromboembolismo.

Um dos objetivos deste trabalho foi realizado para avaliar a importância de fazer a profilaxia de tromboembolismo em todos os pacientes na ausência de contra indicações com heparina de baixo peso molecular.

Conclusão

Em conclusão, observa-se que o envolvimento do sistema vascular influencia muito na mortalidade do Covid-19

Assim, entre os mecanismos que podem estar envolvidos na fisiopatologia estão citocinas pró-inflamatórias associado ao dano da camada interna dos vasos (endotélio) que o vírus pode causar  uma ativação pró-trombótica.

Por esse motivo, a ativação de plaquetas, a imobilização, a ventilação mecânica, e o uso de cateter venoso central podem aumentar o estado pró-trombótico causado pelo Covid-19.

Alguns estudos de autópsia viram que independente do estado de coagulação descrito e mesmo em casos do início da doença, foi detectado sinais de trombose em múltiplos órgãos.

Em um estudo brasileiro os autores referem o risco geral de tromboembolismo nas mulheres em idade fértil (5 a 10 eventos a cada  10 mil mulheres).

Além disso, este cenário pode aumentar para 8 a 10 eventos a cada  10 mil mulheres que fazer o uso de anticoncepcional.

Por fim, constata-se que essas taxas são bem menores do que o risco de tromboembolismo da vacina e são métodos que utilizamos tranquilamente de uma maneira geral.