Quando a morte súbita acomete um atleta, normalmente o problema vem das doenças da estrutura do coração, conhecidas como cardiopatias estruturais. Elas podem surgir por diversos tipos de causas, inclusive por uma arritmia.
Segundo testemunho médico de alguns casos, o atleta que pratica esportes competitivos de alto rendimento e que seja remunerado, muitas vezes não interrompe a prática esportiva, mesmo quando existe risco já alertado pelo médico.
É importante destacar que o coração do atleta de alto rendimento pode desenvolver alterações fisiológicas, conhecidas como cardiopatia do atleta. Mas isso não é necessariamente causa de morte.
Dentre as alterações que surgem nesses indivíduos, existem aquelas que são consideradas patológicas, são elas:
Cardiopatia hipertrófica
É doença a mais comum, caracterizada por áreas de cicatriz/fibrose no músculo do coração (miocárdio). Elas causam arritmias ventriculares malignas, podendo levar a parada do ventrículo – parte do coração mais importante para bombear o sangue – e que são as que frequentemente matam.
Cardiopatia congênita
Nesse caso existem dois tipos distintos. A primeira é a displasia arrítmica do ventrículo direito (DAVD), que é a forma mais rara daquelas consideradas de nascença. Ela ocorre quando há uma substituição do músculo cardíaco normal por tecido fibroso e adiposo.
Já a coronária anômala é um defeito que acontece em uma das artérias coronárias, responsável por fornecer sangue ao músculo cardíaco. Nesse caso, o vaso pode ser comprimido pelo batimento cardíaco durante a prática esportiva.
Cardiopatia estrutural causado pela Sarcoidose
A Sarcoidose é uma doença rara e surge por causas ainda desconhecidas. Ela se caracteriza pela formação de granulomas, que são aglomerados de células inflamatórias, acometendo diversos órgãos. A presença destes granulomas no miocárdio pode levar a alterações na estrutura do tecido cardíaco, resultando em cicatrização e fibrose.
Esporte e as arritmia cardíaca
Segundo cardiologistas que já trabalharam com atletas de alto rendimento, os clubes realizam check-ups regulares e detalhados.O grande desafio é vetar o atleta quando o diagnóstico identifica alterações nos exames, mas não há presença de sintomas.
Nessas situações, a pressão é muito grande, uma vez que, na maioria das vezes, o jogador só tem esta profissão do esporte como fonte de renda.
Assim, o veto para esses atletas não praticarem esporte competitivo é bem diferente daqueles que se exercitam de maneira mais comedida. Nesses casos, indicamos a atividade física sob orientação médica. Afinal, os benefícios para saúde são muitos, além de ser o fator com maior impacto positivo na longevidade e na qualidade de vida. Algo cientificamente provado em todos os estudos realizados até o momento!
Jogador de futebol Juan Izquierdo
A causa mais provável da parada cardíaca do jogador Juan Izquierdo foi uma arritmia cardíaca, que é uma irregularidade no ritmo cardíaco. Mas dois pontos precisam ficar claros:
- Até o momento não se tem uma resposta definitiva sobre a causa específica da arritmia que levou à parada cardíaca do atleta.
- Para se saber exatamente o que aconteceu com Juan Izquierdo, é necessário acesso à informações ainda não abertas ao público, como: exames cardiológicos anteriores, condições médicas pré-existentes e os resultados da autópsia.
Fatores de risco da arritmia
Os fatores de risco para se ter uma arritmia são múltiplos e os mais comuns incluem:
- histórico de arritmia ou doenças cardíacas na família;
- esforço físico muito intenso de alto rendimento como o futebol competitivo, por exemplo;
- uso de alguns tipos de medicações;
- consumo de drogas ilícitas;
- níveis anormais de potássio, sódio ou outros eletrólitos no sangue.
É importante ressaltar que as arritmias podem ocorrer em qualquer idade. Além disso, cada caso deve ser tratado como único. A arritmia que acometeu Izquierdo pode ter sido desencadeada por uma combinação de vários fatores ou até mesmo por algo muito específico, mas que ainda é desconhecido ou não foi divulgado.