Febre Oropouche: o que é e como diagnosticar

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Desde o começo deste ano, mais de 800 casos da Febre Oropouche foram confirmados no estado da Bahia. No Brasil, são mais de 7 mil até o momento.

 

Mas afinal, o que é essa doença e como ela é transmitida? Neste artigo, daremos mais detalhes sobre o assunto, falando também sobre a relação da condição com a microcefalia. Para saber mais, continue a leitura!

 

O que é a Febre Oropouche?

 

A Febre Oropouche é uma doença causada por um vírus de mesmo nome, pertencente à família dos Bunyaviridae e ao gênero Orthobunyavirus. Sua transmissão ocorre por meio de picadas de mosquitos do gênero Culicoides. 

 

Na região Amazônica, a espécie mais comum é do Culicoides Paraensis. Na América Central e no Caribe a incidência é do Culicoides Insignis. 

 

Essa é uma condição endêmica, ou seja, atinge uma população de uma região geográfica específica. Os casos surgem em áreas da América do Sul e Central, principalmente na região amazônica brasileira. 

 

Quanto tempo dura Febre Oropouche?

 

Mesmo com os casos em alta, ainda não existem evidências de que haja a possibilidade de transmissão de pessoa para pessoa. 

 

Normalmente, após a infecção, o vírus fica presente no sangue das pessoas infectadas entre 2 e 5 dias. Esses números são contados a partir do surgimento dos primeiros sintomas.

 

Já o período de incubação dura de 3 a 8 dias, contados a partir da infecção causada pela picada do mosquito. 

 

Que mosquito transmite a Febre Oropouche?

 

Como vimos anteriormente, a Febre Oropouche é transmitida por mosquitos do gênero Culicoides. Em cada região, há uma espécie específica responsável por transmitir a doença.

Na região amazônica, o principal vetor é o Culicoides paraensis. Em outras regiões da América Central e do Caribe, Culicoides paraensis e Culicoides insignis também são conhecidos por transmitir o vírus Oropouche (OROV). 

 

É importante destacar que esses insetos são muito pequenos e costumam picar entre o entardecer e a noite, sendo os responsáveis pela transmissão do vírus entre animais e seres humanos. 

 

Quais são os sintomas da Febre Oropouche?

 

Os sintomas da Febre Oropouche são muito semelhantes aos da Dengue e da Chikungunya. Eles duram entre dois e sete dias e podem incluir:

 

  • Dores de cabeça;
  • Febre alta;
  • Dores nas costas;
  • Dores articulares;
  • Tosse;
  • Náuseas e tontura;
  • Dor atrás dos olhos;
  • Calafrios;
  • Sensibilidade à luz;
  • Erupções cutâneas;
  • Vômitos.

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Transmissão

 

A doença é transmitida por mosquitos, que acabam passando de uma pessoa para outra. O inseto pica um animal ou pessoa infectada e fica com o vírus eu seu sangue por alguns dias. Depois disso, ele pica outros seres saudáveis, transmitindo a doença. 

 

A Febre Oropouche passa por dois ciclos: o Silvestre e o Urbano. No primeiro, os animais são o foco, principalmente os macacos e os bichos-preguiça. No segundo caso, os principais hospedeiros são os seres humanos.

 

Relação da Febre Oropouche com a Microcefalia

 

Com o aumento dos casos no Brasil, o Ministério da Saúde tem investigado se há relação da doença com a microcefalia em bebês. 

 

A microcefalia é uma condição que se caracteriza pelo desenvolvimento anormal do cérebro. Nesse caso, a cabeça do bebê fica menor do que o ideal. 

 

Em junho deste ano, o Instituto Evandro Chagas, do Ministério da Saúde, realizou um estudo que detectou a microcefalia em quatro recém-nascidos. Todos eles tinham os anticorpos contra a Febre Oropouche. 

 

De acordo com o órgão federal, esse é um indicativo de que há relação entre o vírus e a condição cerebral nas crianças. 

Em julho deste ano, um feto de 30 dias faleceu e um exame foi realizado com o sangue do cordão umbilical. Nesse caso, o vírus OROV também foi encontrado.

 

Como é feito o diagnóstico?

 

O diagnóstico da Febre Oropouche pode ser concluído com abordagens diferentes. Primeiramente, o médico precisa considerar os sintomas do paciente. Caso ele descreva ter febre repentina, dores intensas na cabeça, musculares e articulares, além de fadiga, será preciso realizar exames laboratoriais. 

 

O PCR será essencial para a detecção do vírus no material genético. Isso pode ser feito com amostras clínicas, como sangue, saliva ou até mesmo a urina. 

 

Outro teste importante é a sorologia, que pode encontrar anticorpos específicos contra o vírus Oropouche. 

 

Como os sintomas são muito parecidos com outras doenças, como a Febre do Mayaro, Dengue e Chikungunya, o diagnóstico é parte fundamental do tratamento, tanto para identificar a melhor forma de cuidar do paciente quanto para notificar os órgãos de saúde. 

 

Como tratar a Febre Oropouche?

 

Ainda não existe um tratamento definido para a Febre Oropouche. Neste caso, os infectados precisam ficar em repouso e manter um acompanhamento médico.

O mais recomendado é apostar na prevenção. Por isso, é essencial evitar áreas onde existam muitos mosquitos transmissores da doença. Além disso, procure usar roupas que cubram a maior parte do corpo, passando repelente nas áreas expostas. 

 

Elimine possíveis criadouros da sua casa, principalmente se a sua região tiver casos confirmados da doença. 

 

Considerações finais

 

Em resumo, a Febre Oropouche é uma doença viral que é transmitida por mosquitos do gênero Culicoides, comum em áreas da América do Sul e Central. 

 

Os sintomas incluem febre súbita, dor de cabeça intensa, dores musculares e articulares, fadiga e possivelmente erupção cutânea. O diagnóstico é feito com base nos sintomas clínicos, exames laboratoriais como PCR e sorologia, e diagnóstico diferencial com outras doenças similares. 

 

O tratamento é realizado com repouso, mas a prevenção é o mais importante para estes casos.