Osteoporose, quem nunca ouviu sobre esta doença?
A osteoporose faz com que os ossos se tornem fracos e quebradiços – tão quebradiços que uma queda ou mesmo estresses leves, como curvar-se ou tossir, podem causar uma fratura. As fraturas relacionadas à osteoporose ocorrem mais comumente no quadril, punho ou coluna.
A boa notícia?
Ela pode ser monitorada através do exame de densitometria óssea. Por meio deste exame é realizado a medida da densidade mineral óssea e assim, detectar a osteoporose.
No entanto, o que muitas pessoas não sabem é que o densitômetro precisa executar uma tarefa de calibração cruzada para permitir a comparação com exames anteriores quando o exame é realizado em outro equipamento.
Por que devo fazer meu exame de densitometria óssea no mesmo equipamento que realizei meu último exame?
O equipamento de densitometria óssea armazena os dados do paciente com a mesma calibração ao medir densidade mineral óssea em um novo exame, permitindo a comparação fidedigna dos resultados.
Desta forma, é possível saber exatamente quando a diferença de valores representa uma diferença real e significativa.
A possibilidade de reproduzir o posicionamento do exame anterior garante também maior precisão de resultados e de comparação.
Por que a densitometria óssea é importante no diagnóstico da osteoporose?
O exame de densitometria óssea (dxa) ajuda os médicos a determinar se uma pessoa tem baixa densidade óssea e maior risco de fraturas.
Os resultados do exame podem ajudar o médico a dizer se o tratamento para a osteoporose é necessário e ajudar a monitorar a eficácia desse tratamento com o objetivo de diminuir o risco de fraturas.
Também pode mostrar o percentual de gordura corporal (dxa para composição corporal).
Além disso, é importante para monitorar e diagnosticar impactos de distúrbios nutricionais- caquexia, sarcopenia, anorexia e obesidade – ou mesmo de ganho de massa muscular em esportistas.
Entenda a diferença entre os exames:
A medida da densidade mineral óssea obtida pelo aparelho de densitometria óssea é acurada e precisa.
O monitoramento da densidade mineral óssea é uma importante ferramenta para avaliar resposta ao tratamento medicamentoso, mas o entendimento das limitações do procedimento são importantes para a prática clínica.
O erro de precisão da tecnologia e o que muda na densidade que é clinicamente significante (mínima mudança significativa) são conceitos importantes para interpretar resultados e fazer decisões apropriadas de tratamento. (posições oficiais da International Society Clinical Densitometry)
Reduzindo o risco de fraturas com o diagnóstico da Osteoporose
Em um estudo da mortalidade na fratura do fêmur proximal em idosos, cerca de 25 estudos foram feitos entre 1998 e 2002, totalizando cerca de 24 mil pacientes com mais de 60 anos de idade que tiveram fratura do fêmur proximal
As taxas médias de mortalidade pairavam em 5,5% durante a internação hospitalar, 4,7% ao fim de um mês de seguimento, 11,9% com três meses, 10,8% com seis meses, 19,2% com um ano e 24,9% com dois anos.
Posso realizar meu exame em outra clínica?
É importante salientar que não é possível a comparação quantitativa de densidade mineral óssea entre exames executados em aparelhos de densitometria óssea diferentes.
Ou seja, para poder fazer isso é necessário um complexo processo de calcular o valor da mínima variação significativa (MVS) entre instalações, a chamada calibração cruzada, para que seja possível entender a partir de qual valor de aumento ou diminuição o seu médico pode considerar como significativo.
De modo geral recomenda-se que os pacientes retornem ao mesmo aparelho de densitometria óssea onde realizou seu estudo anterior mais recente, visto que em serviços certificados (exemplos do pro-quad, ONA e PADI) os valores de mínima variação significativa (MVS )/ testes in vivo de precisão já são conhecidos e não excedem valores máximos estabelecidos (posições oficiais da international society clinical densitometry).
Como comparar os exames anteriores de Densitometria Óssea?
As comparações quantitativas entre sistemas só podem ser feitas se a calibração cruzada for realizada para cada local do esqueleto comumente medido para monitoramento.
Seguem abaixo as trabalhosas e complicadas (porém possíveis) orientações oficiais de tudo o que um clínica precisa fazer para poder comparar seus resultados com exames realizados em equipamento de outros serviço (posições oficiais da international society clinical densitometry).
Entenda como este processo de Calibração Cruzada pode ser complexo
Ao trocar apenas o hardware (e não o todo o sistema), ou ainda ao substituir um sistema por outro com a mesma tecnologia (mesmo fabricante e modelo), a calibração cruzada deve ser realizada por um profissional qualificado.
Este profissional é responsável por realizar 10 phantom scans, com reposicionamento, antes e depois de uma mudança de hardware.
Se uma diferença superior a 1% na média de densidade mineral óssea é observada, é necessário entrar em contato com o fabricante para uma avaliação.
Alteração do sistema por completo
Um outro cenário onde a calibração cruzada é realizada, é quando se altera o sistema inteiro para um que tenha sido desenvolvido pelo mesmo fabricante, porém com tecnologia diferente.
Neste caso é necessário:
- avaliar uma amostragem de 30 pacientes, uma vez considerando o sistema inicial e depois, duas vezes no novo sistema, respeitando o espaço de 60 dias;
- Realizar medições nos locais anatômicos comumente medidos na prática clínica, (coluna e fêmur proximal);
- As instalações devem cumprir0 (localmente), regulamentos aplicáveis em relação a DENSITOMETRIA ÓSSEA (DXA);
- Calcular a relação média de densidade mineral óssea e a mínima variação significativa (MVS) entre o aparelho inicial e a nova máquina usando a ferramenta de calibração cruzada de DXA da ISCD (www.ISCD.org);
- Em posse destes valores, é necessário usar este valor de mínima variação significativa (MVS), para comparação entre os sistema anterior e novo.
Importante: As comparações quantitativas inter-sistemas só podem ser feitas se a calibração cruzada for realizada em cada sítio esquelético comumente medido.
Uma vez que uma nova avaliação de precisão foi executada no novo sistema, todas as varreduras futuras devem ser comparadas com varreduras realizada no novo sistema, usando o valor de mínima variação significativa (MVS) intra-sistema recém-criado.
Calibração cruzada adicionando novo equipamento ou sistema do mesmo modelo
Ao adicionar um novo aparelho de Densitometria Óssea, com a mesma tecnologia (fabricante e modelo) do aparelho original, com a finalidade de permitir que os pacientes sejam comparados entre dispositivos, a calibração cruzada deve ser realizada pela varredura de um simulador de coluna.
Está varredura deve ocorrer tanto no primeiro aparelho, quanto no(s) aparelho(s) adicional(is), respeitando o prazo de 20 dias diferentes, afim de estabelecer os respectivos valores médios de densidade mineral óssea.
Se uma diferença maior que 0,5% for observada entre os dispositivos, é necessário o contato com o fabricante para obter a correção.
Algumas condições adicionais que podem ser aplicadas:
- Quando os aparelhos de densitometria óssea (DXA) são instalados no mesmo prédio usando os mesmos tecnólogos, os valores de mínima variação significativa (MVS) originais do primeiro aparelho pode ser usada para comparações entre aparelhos;
- Quando os sistemas são instalados em locais geograficamente distintos, (ou usando tecnólogos diferentes, ou vendo uma população de pacientes diferente), então estudos de precisão devem ser feitos em cada local e um LSC médio de todas as avaliações de precisão de todos os tecnólogos individuais pode ser calculado;
- Ao adicionar um sistema feito pelo mesmo fabricante ou por um fabricante diferente usando tecnologias diferentes, mantendo o aparelho original em serviço, a abordagem preferida para calibração cruzada é a de designar um aparelho com o primeiro dispositivo (padrão ouro). Cada aparelho diferente adicional deve ser calibrado de forma cruzada para o primeiro aparelho de índice.
Neste sentido é importante adquirir exames de um mínimo de 30 pacientes, representativo da população de pacientes da instalação duas vezes no primeiro aparelho de índice e duas vezes no novo aparelho dentro de um intervalo máximo de 60 dias.
Desta forma, pacientes podem ser medidos individualmente em ambos os aparelhos no mesmo dia ou, idealmente, em dias diferentes, mas não com mais de 30 dias de intervalo.
Além disso, é importante medir os locais anatômicos comumente medidos na prática clínica, geralmente coluna e fêmur proximal.
Calculados os valores de mínima variação significativa (MVS) médio entre o primeiro aparelho índice e a nova máquina usando a ferramenta de calibração cruzada de máquina ISCD DXA.
Com estes valores de mínima variação significativa (MVS) médio para comparação entre os dois sistemas. As comparações quantitativas entre sistemas só podem ser feitas se a calibração cruzada for realizada para cada local do esqueleto comumente medido para monitoramento.
Assim, uma vez estabelecida a equivalência de calibração cruzada in vivo, a estabilidade a longo prazo de todos os sistemas deve ser cuidadosamente monitorada com varredura frequente de um phantom oficial externo adequado segundo as posições oficiais da ISCD 2019 para adultos em todos os dispositivos de calibração cruzada.
A estabilidade de uma média de medidas da densidade dos fantons em cada sistema deve estar dentro de 0,5% do valor estabelecido no momento da calibração cruzada.
Os valores de mínima variação significativa (MVS) entre máquinas não deve ser aplicado a pacientes que tenham os dois exames feitos em um único dispositivo.
Um valor de mínima variação significativa (MVS) intra-máquina separado, estabelecido usando as varreduras duplicadas no segundo dispositivo durante o processo de valores de mínima variação significativa (MVS) generalizado (gLSC) deve ser usado para qualquer paciente com ambas as varreduras em um único dispositivo.
E lembre-se: as instalações devem estar em conformidade com os regulamentos aplicáveis localmente em relação ao DXA.
Se uma avaliação de calibração cruzada não for realizada, nenhuma comparação quantitativa com a máquina anterior pode ser feita. Consequentemente, uma nova densidade mineral óssea de linha de base e mínima variação significativa (MVS) intra-sistema devem ser estabelecidos.
A importância de realizar o exame sempre no mesmo equipamento?
Complicado e extenso os processos acima não é?
Os processos necessitam total integração entre os profissionais que trabalham nos dois equipamentos a serem ajustados (o do exame anterior e do exame atual) para executar o longo processo acima, que com a exceção de aparelhos pertencentes a mesma clínica, torna o processo 100% dependente da interação entre duas clínicas que na maioria das vezes competem pelo mesmo paciente.
Portanto, se você realiza exames de densitometria em clínica com certificação de qualidade ONA, PADI ou PRO-QUAD, a princípio não troque de aparelho sem uma boa justificativa ou necessidade.