Psyllium: Uma fibra que cuida do intestino


Psyllium: Uma fibra que cuida do intestino, você já ouviu falar?

De antemão, é importante salientar que o Psyllium é originário de um arbusto (Plantago ovata) e extraído da casca de suas sementes.

Desta forma os benefícios do psyllium como uma fibra que cuida do intestino, estão relacionados ao seu alto teor de fibra solúvel, e possui uma infinidade de vantagens para sua  saúde, auxiliando no tratamento de:

Do mesmo modo, sabemos que as fibras são importantes na nossa alimentação, porém existem diferentes funções e quantidades que devemos consumir.

Neste sentido, os especialistas recomendam o consumo de 25 gramas para mulheres adultas e 38 gramas para homens adultos.

Todavia, é claro que uma alimentação rica em fibras é mais saudável.

Porém, em uma tentativa de preencher essa “lacuna de fibra”, muitas pessoas  estão recorrendo a suplementos, que normalmente são isolados de uma única fonte.

As fibras não solúveis

As fibras não solúveis são a folhas, que não deixam a água penetrar (repare o que acontece quando você lava a rúcula).

Esse tipo de fibra não fermenta e é mais importante na parte do intestino, pois forma as fezes, que melhoram  o trânsito intestinal.

Muitos alimentos têm os dois tipos de fibras e a classificação é feita de acordo com o predomínio de uma delas.

A introdução de fibra não solúvel não tem efeito significativo na taxa de absorção de nutrientes no intestino delgado, porque não se forma este “gel”para alterar a viscosidade do quimo.

Psyllium uma fibra solúvel que cuida do intestino

As fibras solúveis têm  “espaços” que permitem que a  água penetre e deixe a fibra em uma forma de gel, permitindo a ocorrência de fermentação, ajudando assim a flora intestinal.

Muito se fala dos benefícios do psyllium para o intestino, porque em contraste, a sua introdução, aumenta significativamente a viscosidade do quimo, o que retardará a mistura de quimo com enzimas digestivas.

Essa reação levará a uma desaceleração da degradação de nutrientes complexos em componentes simples e absorvíveis, o que diminuirá a absorção de glicose e outros nutrientes.

Essa desaceleração, diminui o pico concentração sérica de glicose após uma refeição e fornece nutrientes a mais para o intestino delgado, facilitando a absorção.

 

O intestino

O intestino delgado tem aproximadamente 7 m de comprimento e é dividido anatomicamente em 3 regiões:

  1. duodeno;
  2. jejuno;
  3. íleo.

A mucosa do intestino delgado é cravejada com milhões de vilosidades pequenas, tornando o intestino delgado a maior superfície corporal exposta ao mundo exterior.

O fornecimento de nutrientes ácidos ao duodeno (intestino delgado proximal) estimula as secreções pancreáticas bem como a liberação de bile da vesícula biliar.

Desta forma, ocorrem  contrações do intestino delgado para expor o alimento as enzimas digestivas  e para a absorção de nutrientes  (que ocorre no início do intestino delgado proximal).

Esse bolo alimentar tem o nome de quimo.

Uma fibra gelificante eficaz pode atrasar a absorção de nutrientes por tempo suficiente para levá-los ao íleo distal, onde normalmente não estão presentes.

Os nutrientes fornecidos ao íleo distal estimulam os receptores da mucosa para iniciar uma cascata de respostas metabólicas, uma das quais é a liberação do peptídeo-1 semelhante ao glucagon na corrente sanguínea.

O peptídeo 1  de curta duração (meia-vida de ≈2 minutos) é responsável por:

  • Diminuir significativamente o apetite;
  • Aumentar a secreção de insulina;
  • Diminuir a secreção de glucagon (um peptídeo que estimula a produção de glicose no fígado);
  • Aumentar as células pancreáticas (células que produzem insulina);
  • Melhorar a produção e a sensibilidade da insulina;
  • Retardar o esvaziamento gástrico e o trânsito do intestino delgado por meio de um ciclo de feedback chamado de “freio ileal”.

Tomados em conjunto, os benefícios do psyllium para o intestino,  leva a uma melhora no controle glicêmico para pacientes com diabetes tipo 2 e aqueles em risco de desenvolver a doença.

 

Método de avaliação da Absorção do Intestino

Os nutrientes normalmente são absorvidos muito cedo no intestino delgado proximal (A).

A introdução de uma fibra viscosa formadora de gel (psyllium) em sua dieta, pode atrasar a absorção de nutrientes para regiões mais distais do intestino delgado (B).

A absorção rápida de nutrientes (C: linha cinza, corresponde a A) é refletida pelo pico de concentração mais alto de glicose no sangue seguido por um vale hipoglicêmico transitório abaixo da linha de base.

Com a introdução de uma fibra solúvel formadora de gel viscosa, o atraso na absorção de nutrientes (C: linha preta, corresponde a B) resulta em uma a redução das excursões de glicose (concentração de pico mais baixa de glicose no sangue e vale hipoglicêmico atenuado).

 

método de absorção do intestino com utilização do psyllium

 

O segundo método, avaliação de longo prazo do controle glicêmico, envolve estudos clínicos randomizados e bem controlados de vários meses que avaliam os efeitos de uma fibra no controle glicêmico na população-alvo.

Atualmente, estudos (longo prazo), fornecem evidências de um efeito sustentado e devem ser o padrão para estabelecer uma resposta terapêutica clinicamente significativa para um determinado suplemento de fibra.

Numerosos estudos clínicos,  demonstraram que o consumo de um suplemento de fibra formador de gel solúvel com as refeições, pode melhorar o controle glicêmico.

Essa melhora reduz as concentrações de glicose no sangue em jejum, insulina e hemoglobina A1c, em indivíduos com risco de diabetes tipo 2 (como a síndrome metabólica) e em pacientes em tratamento para diabetes tipo 2.

Colesterol 

A redução das concentrações elevadas de colesterol sérico também é um fenômeno dependente do gel no intestino delgado.

Neste sentido, sua eficácia está altamente correlacionada com a viscosidade da fibra formadora de gel. Assim, quanto maior a viscosidade de uma fibra formadora de gel, maior o efeito na redução das concentrações elevadas de colesterol.

O principal mecanismo pelo qual as fibras formadoras de gel reduzem o colesterol sérico é prendendo e eliminando a bile natural.

Em outras palavras, a bile é secretada pelo fígado para facilitar a digestão de grandes partículas de gordura em várias de  menor tamanho, para digestão por enzimas lipase e absorção através da mucosa.

Assim, a bile é altamente conservada, recuperada no íleo distal e reciclada até várias vezes em uma única refeição.

Diante disso, quando a bile é aprisionada em uma fibra formadora de gel e eliminada pelas fezes, o fígado deve produzir mais bile para atender às necessidades digestivas usando assim o colesterol do sangue.

Do mesmo modo, passa a reduzir  efetivamente o colesterol LDL sérico e a concentração de colesterol total, sem afetar o colesterol da lipoproteína de alta densidade (HDL).

Como o psyllium é a uma  fibra solúvel e cuida do intestino, ele acaba melhorando os níveis glicêmicos.

Ou seja, paciente com tendência a diabetes e com diabetes tipo 2 e aqueles que possuem altos níveis de colesterol, podem se beneficiar com o seu uso.

Enfim, os benefícios do psyllium como uma fibra que cuida do intestino são inúmeras e você deveria considerar a inserção dele em sua dieta.

Desta forma,  em alguns casos, é possível inclusive ver a diminuição de doses de medicamento quando esta associados a dietas saudáveis.