Mas afinal, existem realmente diferença entre as vacinas produzidas para combater a Covid-19? Seria possível neste sentido destacar entre elas, alguns pontos fracos e fortes?
Muitas vacinas estão sendo pesquisadas como forma de conter o Covid-19. Mas afinal, quais são os pontos fracos e fortes de cada uma delas? Existe algo que precisamos nos alertar?
Uma notícia alegrou a comunidade cientifica em relação ao desenvolvimento das vacinas produzidas pelas farmacêuticas Pfizer e BioNTech.
Em relação às duas vacinas foram atingidas 95% de eficácia, causando uma boa proteção para pessoas maiores de 65 anos, bem como pessoas de diversas raças e etnias. Mas como então identificar pontos fracos e fortes entre elas?
Foi verificado que em 170 voluntários dos testes clínicos de fase 3 que foram diagnosticas com a COVID-19.
A grande maioria dos infectados tomaram a substância placebo (sem feito terapêutico), ao passo aqueles que foram imunizados parecem ter ficado protegidos do Coronavírus.
Com essa comprovação, já é possível que esses laboratórios peçam liberação emergencial de seu produto ao FDA, a agência regulatória dos Estados Unidos.
Outras vacinas também estão próximas da aprovação, como a do laboratório Moderna que garantiu uma taxa de eficácia de 94%.
Mas a pergunta que não quer calar: Quais são os pontos fortes e fracos de cada vacina produzida?
Abaixo um comparativo entre elas:
A vacina BNT 162 é a vacina mais adiantada e deve ser aprovada nos Estados Unidos em poucas semanas.
Ela está baseada em RNA, que trata-se de uma sequência genética criada em laboratório, no qual induzem as células do corpo humano a produzirem proteínas parecidas com o Sars-CoV-2.
Cabe ressaltar que os resultados favoráveis obtidos pelos laboratórios Pfizer e BioNTech precisam ser publicados em periódico científico para serem avaliados pela comunidade cientifica.
O ponto forte é que essas vacinas são rápidas e fáceis de serem produzidas, todavia o ponto fraco está na necessidade manter as doses numa temperatura de menos 70 °C e evitar a perda do efeito.
Até o momento, não há compra ou transferência de tecnologia ao governo brasileiro e mesmo que o Brasil feche um acordo de produção.
As primeiras doses chegariam apenas no primeiro trimestre de 2021, haja vistas que outras nações sairiam na frente adquirindo os primeiros lotes.
Essa vacina também integra o grupo das vacinas baseadas em RNA, e como todas tem seus pontos fortes e fracos para o Covid-19.
De acordo com os testes realizados pela Moderna, dos 95 participantes que foram infectados pela Covid-19, 90 deles era do grupo placebo, e constatado a taxa de eficácia de 94%.
Esse imunizante não provocou efeitos adversos e gerou uma resposta consistente no sistema imunológico em idosos ou com pessoas com doenças crônicas.
Além disso, previne contra quadros de Covid-19 que necessitam de internação e intubação.
Antes da aprovação, o laboratório precisa completar 150 participantes do estudo que foram infectados pelo Coronavírus, mas isso está para acontecer nas próximas semanas.
O ponto forte dessa vacina que o armazenamento pode ser feito a menos de 20 °C, temperatura que freezers e congeladores conseguem atingir.
Não há notícia de eventual aquisição pelo Brasil.
No entanto, é possível adquirir por meio do Fundo de Acesso Global à Vacina para a Covid-19 (Covax) criado pela OMS com o objetivo de distribuir doses aos países menos desenvolvidos.
Essa vacina pertence ao time das vacinas de vetor viral não-replicante, isso significa que foi construída a partir de um adenovírus, um tipo de vírus que não prejudica a saúde.
De acordo com informações divulgadas em 23 de novembro, essa vacina tem taxa de eficácia entre 62% e 90% de acordo com a dosagem utilizada.
Apesar de a eficácia ser mais baixa em relação às vacinas produzidas pelos laboratórios Pfizer/ BioNTech e Moderna, o ponto forte dela é o custo é menor e facilidade no armazenamento (pode ser guardada em uma geladeira comum).
No entanto, o ponto fraco desta vacina é que não há vacina aprovada utilizando essa metodologia de vetor viral não-replicante.
Outra vantagem da vacina AZD1222, há um acordo com o Ministério da Saúde para a compra e transferência da tecnologia ao Brasil, por meio do laboratório Bio-Manguinhos da Fundação Oswaldo Cruz.
Os responsáveis por essa vacina garantem entregar 3 bilhões de unidades ao longo de 2021.
Essa vacina produzida pela farmacêutica Sinovac utilizada na produção o vírus inativado.
O método utilizado é o calor ou substâncias químicas para incapacitar o Sars-CoV-2, de modo que não cause infecção ou se replique no organismo.
O ponto forte desta vacina está na confiabilidade, pois a ciência trabalha com vacinas de vírus inativado há quase sete décadas.
Por outro lado, a desvantagem que a fabricação exige um rigor muito elevado e uma planta industrial bem equipada, bem como a formulação rende pouco em doses por litro.
Apesar de estar na fase 3 de testes, é preciso aguardar o número de voluntários infectados para calcular a taxa de eficácia.
O armazenamento dessa vacina não é problema, podendo ficar em uma geladeira convencional.
O Instituto Butantan em São Paulo fez um acordo com a Sinovac para a distribuição no Brasil.
A vacina Sputnik V é baseada no vetor viral não-replicante (o mesmo tipo da Universidade de Oxford/AstraZeneca).
Ela está sendo testada em cerca de 40 mil voluntários em países como Rússia, Emirados Árabes Unidos e Belarus.
Nas análises preliminares, os pesquisadores da Sputnik V informaram que a vacina possui uma eficácia de 92%, com base em 20 eventos registrados, no entanto, é preciso evoluir no estudo para que a taxa seja consolidada.
Há especulações que a vacina não requer congelamento, no entanto, essa informação ainda precisa ser confirmada.
Tanto o governo do Paraná como o Ministério da Saúde, disseram manter conversas acerca da produção do imunizante, mas sem definições até o momento.
A vacina JNJ-78436735 é baseada na tecnologia do vetor viral não-replicante (a mesma utilizada pela Universidade de Oxford/AstraZeneca e Sputnik V).
Ela está sendo testada na África do Sul, Brasil, Chile, Colômbia, Estados Unidos, México e Peru com mais de 60 mil voluntários nesses países.
Ainda não foram anunciadas as análises preliminares pela farmacêutica, mas ocorrerá nas próximas semanas.
O ponto positivo dessa vacina que está na fase 3 avalia uma única aplicação, as demais concorrentes precisam de duas doses para surtir efeito.
Até o momento ainda não foram oficializados acordos entre Brasil e Johnson & Johnson para a compra dessa vacina.
A vacina NVX-CoV2373 em vez de usar o vírus inteiro, ela foi desenvolvida a partir de parte do vírus, no qual é capaz de ativar uma resposta imune.
Parte dos estudos da fase 3 estão sendo realizados no Reino Unido com 15 mil voluntários, onde os resultados voluntários são aguardados para janeiro ou fevereiro de 2021.
A Novavax faz parte do Covax (aquele consórcio da OMS para compra e distribuição de doses aos países menos desenvolvidos) ainda não há informações sobre a chegada ao Brasil.
A Ad5-nCoV é produzida a partir de vetor viral não-replicante a exemplo das candidatas de Universidade de Oxford/AstraZeneca, Sputnik V e Johnson & Johnson).
Ela foi aprovada emergencialmente para uso entre militares chineses, mesmo antes dos estudos de segurança e eficácia.
Nos testes de fase 3, a Ad5-nCoV é atualmente aplicada em mais de 40 mil voluntários do Paquistão, da Arábia Saudita e do México.
São poucas as informações a respeito desta vacina.
Portanto, é necessário aguardar os responsáveis para novos anúncios e novidades.
Esse imunizante é desenvolvido na Índia, é uma das últimas candidatas a entrar na fase 3 dos testes clínicos.
Assim como a CoronaVac, ela também utiliza vírus inativados em sua formulação.
Há uma grande experiência mundial no uso dessa tecnologia, apesar de ela ser dispendiosa e demorada quando comparada aos métodos mais modernos.
Os responsáveis pretendem recrutar mais de 25 mil participantes em território indiano. A expectativa é que a distribuição das doses se inicie a partir de fevereiro de 2021.
[caption id="attachment_22289" align="aligncenter" width="1000"] Comparativo vacinas Covid-19[/caption]
Como podemos ver, muitos são os pontos fortes e fracos das vacinas contra o Covid-19, sabemos que desenvolver uma vacina não é algo rápido e nem fácil. Apoiar estas iniciativas e torcer para um bom resultado é dever de todos nós!