Narrar
Parar
Contraste
Aumentar
Diminuir
O ultrassom de axilas é considerado um exame complementar importante no diagnóstico do Câncer de Mama. A doença tem se posicionado como um dos desafios mais significativos para a saúde pública brasileira, devido ao seu impacto epidemiológico, social e econômico.
Uma estimativa relevante indica que até um terço dos novos casos de câncer registrados globalmente por ano tem potencial de prevenção.
Portanto, no artigo de hoje vamos entender melhor sobre o exame e suas funções, com foco especial na ajuda da detecção ao câncer.
Ultrassom de axilas e a relação com o câncer de mama
A detecção de um nódulo na região axilar é, frequentemente, motivo de preocupação. Isso se deve ao fato de que há uma chance desse nódulo estar associado ao câncer de mama. Diante dessa descoberta, é crucial não negligenciar sua presença. Buscar aconselhamento médico, relatar os sintomas e submeter-se a exames físicos são passos essenciais para um diagnóstico preciso.
A presença de um nódulo axilar profundo e consistente pode, como discutido, indicar uma manifestação de câncer de mama. Em muitos casos, o nódulo pode ser uma representação de linfonodos já afetados pela doença.
Para esclarecer essa situação, exames de imagem são vitais. O ultrassom de axilas, e em particular o ultrassom de axilas com doppler colorido, desempenha um papel chave na jornada de diagnóstico definitivo.
Compreendendo os linfonodos axilares através do ultrassom de axilas
O linfonodo é um elemento crucial e inerente do nosso sistema imunológico, atuando como um centro estratégico repleto de linfócitos, preparados para identificar ameaças e tomar medidas defensivas.
Comumente, os linfonodos saudáveis são discretos e maleáveis, distribuídos em várias áreas do corpo, incluindo axilas, virilha e pescoço. Em sua maioria, não são perceptíveis ao toque. No entanto, tecnologias como o ultrassom de axilas com Doppler colorido e a Ressonância Magnética axilar são ferramentas não invasivas altamente precisas na identificação de anormalidades nos linfonodos, sobretudo após o surgimento inicial de uma condição.
Os linfonodos axilares têm a função de drenar e "filtrar" cerca de 90% da linfa proveniente da mama. Assim, qualquer distúrbio, seja ele infeccioso ou tumoral na mama, que se propague, possui grande chance de ser identificado nos linfonodos axilares. A presença da doença, nesse caso, pode desencadear um aumento no tamanho dos linfonodos ou alterações em sua forma e vascularização.
Tais variações são prontamente identificáveis por meio de exames de imagem, destacando-se o ultrassom de axilas e a sua versão com Doppler colorido, bem como as ressonâncias magnéticas axilares específicas.
As 5 principais razões para realizar o ultrassom de axilas com doppler colorido
O ultrassom de axilas desempenha um papel vital na identificação precoce de câncer oculto na mama. Esta condição refere-se a casos onde não há evidências clínicas ou resultados visíveis em mamografias ou ultrassonografias mamárias. Estima-se que a incidência desta condição varie entre 0,1% e 15,9%.
Recomenda-se a realização conjunta do ultrassom de axilas e das mamas, especialmente em pacientes abaixo dos 50 anos ou aquelas com mamas densas, mesmo que assintomáticas.
O tecido mamário é predominantemente composto por células especializadas na produção de leite, com um número inferior de células de defesa quando comparado a um linfonodo. Por isso, a detecção de anormalidades, como a disseminação de células cancerígenas, pode ser inicialmente observada na axila.
Esse alerta ocorre devido à rápida resposta das células de defesa presentes nos linfonodos, que pode ser identificada através do ultrassom. Esta sinalização determina a necessidade de realizar uma biópsia para confirmar a presença de metástases e sua origem provável.
Em situações como estas, a ressonância magnética mamária com contraste pode ser adicionalmente utilizada para identificar com precisão a localização do tumor primário na mama.
Diagnóstico em Suspeita de Câncer Mamário
O ultrassom de axilas com Doppler colorido é crucial em situações onde há uma suspeita de envolvimento do linfonodo axilar devido a possíveis indícios de câncer de mama.
A utilização do Doppler colorido, neste cenário, visa diferenciar as causas subjacentes das anormalidades observadas, permitindo uma clara distinção entre casos de inflamação e câncer.
Avaliação Pré-operatória de Câncer de Mama
Reconhecido como uma ferramenta de vanguarda, o ultrassom de axilas desempenha um papel vital na avaliação pré-operatória em quadros de câncer de mama.
Ele é fundamental para a identificação de potenciais metástases nos linfonodos axilares, fator este que se destaca como um dos mais significativos no prognóstico de pacientes diagnosticadas com câncer de mama.
Caracterização de Linfonodos Anormais
Em situações onde já se manifesta algum sintoma, como uma lesão palpável ou qualquer outra anormalidade identificada na região da axila, o ultrassom de axilas com Doppler colorido torna-se essencial.
Ele é capaz de:
Detectar Metástases: Por meio da observação de características como aumento, deformação do córtex, alterações vasculares e fluxo predominantemente periférico. É uma ferramenta útil na identificação do linfonodo sentinela e na detecção de metástases ganglionares;
Identificar Reações Inflamatórias: Como as reações observadas após a vacinação contra a Covid-19, infecções, ou até mesmo consequências da depilação/raspagem axilar ou manipulações nas unhas das mãos que possam introduzir bactérias no corpo;
Reconhecer Linfomas: Através do acentuado aumento do linfonodo, contornos alterados, ecogenicidade reduzida e aumento da vascularização;
Detectar Lesões de Origem Não Linfonodal: Como anomalias como a mama acessória, lesões cutâneas (cistos sebáceos), tumores de partes moles (por exemplo, lipomas), cistos artrossinoviais do ombro e abscessos.
O ultrassom de axilas, particularmente quando combinado com a técnica do Doppler colorido, emergiu como uma ferramenta diagnóstica de vanguarda no campo da medicina mamária. Ele desempenha um papel vital desde a fase inicial de diagnóstico - ao ajudar na identificação de cânceres ocultos - até a avaliação pré-operatória, contribuindo para a identificação de metástases em linfonodos axilares.
Sua capacidade de diferenciar entre diversos tipos de anormalidades, sejam elas metástases, reações inflamatórias, linfomas ou lesões de origem não linfonodal, reforça a sua importância e versatilidade.
Em um cenário onde a detecção precoce e o diagnóstico preciso são cruciais para melhores prognósticos em câncer de mama, o ultrassom de axilas solidifica-se como uma ferramenta indispensável na prática clínica.