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A febre maculosa, também conhecida como febre do carrapato, é uma doença infecciosa causada pela bactéria Rickettsia rickettsii, transmitida aos seres humanos por meio da picada de carrapatos infectados.
Os carrapatos vetores mais comuns são o Amblyomma americanum nos Estados Unidos e o Amblyomma cajennense no Brasil.
Os casos de Febre Maculosa têm sido relatados em diversas partes do Brasil, com incidência particularmente alta em regiões do interior de São Paulo, como Campinas.
Recentemente, três pessoas morreram devido à Febre Maculosa, sublinhando a gravidade da doença e a necessidade de medidas preventivas eficazes.
História da doença
A história da Febre Maculosa remonta ao século XIX, quando ocorreram os primeiros relatos da doença. Acredita-se que a febre maculosa tenha sido observada pela primeira vez nos Estados Unidos, mais especificamente na região das Montanhas Rochosas, daí o nome "febre maculosa das Montanhas Rochosas" ou "Rocky Mountain spotted fever" em inglês.
Em 1906, o médico brasileiro Adolfo Lutz, pioneiro no estudo das doenças tropicais, descreveu um caso semelhante de febre maculosa no Brasil.
O paciente era um trabalhador rural do estado de São Paulo, que apresentava sintomas como febre alta, dor de cabeça intensa, exantema maculopapular e, posteriormente, evoluiu para óbito.
Através de exames post-mortem, Lutz identificou a presença da bactéria Rickettsia rickettsii, causadora da febre maculosa.
Após esse registro, foram relatados outros casos de febre maculosa no Brasil, principalmente em áreas rurais e regiões onde a presença de carrapatos é mais comum. Com o passar do tempo, a doença foi sendo mais estudada e compreendida, e medidas de controle e prevenção foram implementadas.
A febre maculosa é considerada uma doença endêmica no Brasil, especialmente nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, onde há uma maior prevalência de carrapatos transmissores da Rickettsia rickettsii. O carrapato-estrela (Amblyomma sculptum) é o vetor mais comum da doença no país.
A doença pode ter impacto significativo na saúde pública, pois pode levar a complicações graves e até mesmo à morte se não for tratada adequadamente. Por isso, ao longo dos anos, houve um aumento dos esforços para melhorar o diagnóstico e o tratamento da febre maculosa, bem como a implementação de estratégias de prevenção.
Causas e transmissão da febre maculosa
Os carrapatos se infectam ao se alimentarem do sangue de animais infectados e podem transmitir a bactéria aos humanos por meio de sua picada.
Embora os carrapatos sejam os vetores da doença, eles adquirem a bactéria de animais que servem como reservatórios. Os principais hospedeiros são os mamíferos, principalmente capivaras e roedores.
Pessoas que vivem ou trabalham em áreas infestadas por carrapatos ou que têm contato frequente com animais silvestres estão em maior risco de contrair a doença, por isso é preciso ter cuidado.
Sintomas e diagnóstico da febre maculosa
Após a picada do carrapato infectado, a bactéria Rickettsia rickettsii é transmitida para o hospedeiro humano. A bactéria multiplica-se nas células endoteliais, que revestem os vasos sanguíneos, causando uma vasculite generalizada. Os sintomas da FMB geralmente aparecem de 2 a 14 dias após a picada do carrapato.
Os sintomas iniciais da Febre Maculosa Brasileira são semelhantes aos de uma gripe, o que pode dificultar o diagnóstico precoce. Os pacientes podem apresentar febre alta, dor de cabeça intensa, prostração, mal-estar, mialgia (dores musculares) e artralgia (dores articulares).
Além disso, é comum ocorrer uma erupção cutânea característica, que começa nas áreas mais quentes do corpo, como pulsos, tornozelos e solas dos pés, e se espalha para outras regiões. Essas manchas avermelhadas são conhecidas como "exantema maculopapular".
De maneira mais clara, os sintomas iniciais da febre maculosa podem incluir:
Febre;
Dor de cabeça intensa;
Náuseas e vômitos;
Diarreia e dor abdominal;
Dor muscular constante;
Inchaço e vermelhidão nas palmas das mãos e sola dos pés;
Gangrena nos dedos e orelhas;
Paralisia dos membros que inicia nas pernas e vai subindo até os pulmões causando paragem respiratória.
Se não for tratada precocemente, a doença pode progredir e causar complicações graves, como insuficiência renal, insuficiência respiratória e problemas neurológicos.
O diagnóstico da febre maculosa é baseado na análise dos sintomas clínicos, histórico de exposição a carrapatos e exames laboratoriais, como testes sorológicos e de reação em cadeia da polimerase (PCR).
Tratamento e manejo
O tratamento precoce da febre maculosa é fundamental para evitar complicações graves. Antibióticos, como a doxiciclina, são a principal opção terapêutica e devem ser iniciados o mais rapidamente possível.
Além disso, cuidados de suporte, como hidratação adequada e controle dos sintomas, são essenciais no manejo da doença. A prevenção de complicações requer acompanhamento médico regular e monitoramento cuidadoso dos pacientes.
Medidas preventivas contra a febre maculosa
A prevenção da febre maculosa é crucial, especialmente em áreas endêmicas. Algumas medidas preventivas incluem:
Utilizar roupas de proteção adequadas ao visitar áreas com carrapatos;
Aplicar repelentes de insetos que contenham DEET nas áreas expostas da pele;
Realizar verificações cuidadosas em busca de carrapatos após atividades ao ar livre e removê-los corretamente;
Manter gramados e jardins limpos e livres de detritos que possam atrair carrapatos;
Educando a comunidade sobre os riscos da doença e a importância da proteção pessoal.
Além disso, é fundamental investir em campanhas educativas para conscientizar a população sobre os riscos da FMB, os sintomas e as medidas preventivas. A disseminação de informações corretas e o engajamento da comunidade são essenciais para reduzir a incidência e o impacto da doença.